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Ponto de queda

Exposição individual exibida entre 2019 e 2020 na Galeria de Arte Ibeu.

                                              

Duas colunas de cimento cru (somando uma tonelada), que funcionavam como uma espécie de relógio solar que só marcava o meio-dia.

As paredes da galeria foram giradas em 15°, o equivalente a uma hora na rotação da terra. A sala tinha uma iluminação mínima apenas nos dois sólidos, simulando a luz do meio-dia. Dentro da parede, o som do voo de um passaro, que ficava oito minutos em cada lado (o equivalente ao

Tempo que a luz do sol leva para chegar na terra. O montes foram feitos para cair, uma espécie de antimonumento, o contrário daquelas que contam

a história dos vencedores. 

Sobre o trabalho

 

 

Do leste vieram pássaros

rápidos leves

nem sombra nem rastro

deixam:

apenas passam. Não Pousam

 

Vôo onde ninguém mais – vivo em luz mínima

(Orides Fontela)

 

Entre 2019 e 2020, aconteceu, na Galeria de arte Ibeu, a exposição Ponto de Queda. A vontade inicial era montar dois relógios solares, dentro da galeria, que só marcassem o meio-dia. Desde 2018, comecei a fazer desenhos desses relógios que foram se perdendo. Eram guardanapos, blocos de notas, anotações soltas. O que foi se desdobrando nesse processo era a vocação material para a queda e a dificuldade de operá-la. Eram para ser monumentos à queda, a queda das lógicas do meio-dia. Além disso, algumas outras anotações foram surgindo e veio o desejo de mover as paredes da galeria, já pensando na mostra de 2019/2020. Quinze graus é o equivalente a uma hora na rotação da terra, então eu deveria mover, de um lado, 15° para direita e do outro, 15° para a esquerda, de modo que parte do espaço estivesse uma hora adiantado e o outro, uma hora atrasado. Pensei no voo e na queda. Apareceu um pássaro. O som do seu voo ficava oito minutos dentro do oco que cada uma das paredes movidas possuía. Oito minutos é o tempo que a luz do sol leva para chagar na terra.  O trabalho queria mover essas medidas, invertê-las. Jogar no pássaro preso a distância da luz, redesenhar os ângulos do espaço e colocá-los em outro tempo fazer o meio-dia parar até que as torres ruíssem. Entre o que se faz e o que se quer fazer tem o trabalho. A sala foi escurecida, só havia luz sobre as estruturas. Podia-se ouvir o som do pássaro passando de um lado ao outro.

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